terça-feira, 14 de junho de 2011

Bombeiros insistem em aumento do piso salarial


Bombeiros e deputados estaduais do Rio discutiram nesta segunda-feira, na Alerj, formas de alterar a mensagem do governador Sérgio Cabral, de modo a atender às reivindicações da categoria. A mensagem do governo estadual, enviada à Assembleia Legislativa e  propondo aumento de 5,68%, foi rejeitada pelos bombeiros.
O porta-voz do movimento grevista dos bombeiros do Rio de Janeiro, cabo Benevenuto Daciolo, disse que a destinação de 30% dos recursos do Fundo Especial do Corpo de Bombeiros (Funesbom), anunciada pelo governador Sérgio Cabral (PMDB), não põe fim às reivindicações do grupo.
– Gratificação não é salário –, afirmou o cabo.
De acordo com Daciolo, a principal reivindicação do grupo continua sendo o aumento do piso salarial de R$ 950 para R$ 2 mil líquidos.
– Se, depois de aumentar os salários, o governo quiser também reajustar as gratificações, ótimo. Mas não é a nossa prioridade no momento –, disse.
O líder do movimento grevista afirmou ainda não ter sido procurado pelo comandante da corporação e secretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, para debater as reivindicações.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria, o coronel deve se reunir nos próximos dias com os líderes do movimento, e também com o secretário de Planejamento e Gestão do Rio, Sérgio Ruy Barbosa, para avaliar quais seriam os impactos dos reajustes na economia do Estado.
Na tentativa de pedir regime de urgência na votação do projeto para anistiar criminalmente os bombeiros do Rio, o deputado federal Alessandro Molon afirmou que fará uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), nesta terça-feira.
O governador Sérgio Cabral disse que vai enviar mensagem à Assembleia Legislativa modificando a destinação dos recursos do Fundo Especial do Corpo de Bombeiros (Funesbom) e determinando que 30% deles sejam utilizados para pagamento de gratificações aos bombeiros.
Os restantes 70% serão utilizados para manutenção e aquisição de equipamentos e treinamento de pessoal necessários ao trabalho de Defesa Civil, bem como assistência médico-hospitalar e assistência social do Corpo de Bombeiros. Em 2010, o fundo arrecadou cerca de R$ 110 milhões. A Lei 4780/06 será revogada.
Na última quinta-feira, o governador anunciou a criação da Secretaria de Estado de Defesa Civil, tendo como secretário titular o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões – designado o interlocutor da tropa junto ao Governo.
Na ocasião, o Governo enviou à Alerj mensagem antecipando de dezembro para julho os seis meses de reajustes salariais a bombeiros, policiais militares, policiais civis e agentes penitenciários – previstos nas leis 5.767 e 5.768, de 2010. O reajuste para essas categorias é de 5,58% – um esforço orçamentário que gera impacto de R$ 323 milhões no caixa do Estado – e, somado aos reajustes de janeiro a junho deste ano, acumula 11,5% de aumento salarial em 2011.
Essa medida atende a todos os 16.202 bombeiros da ativa, 5.018 aposentados e 1.592 pensionistas; a 39.775 ativos da Polícia Militar, 20.445 aposentados e 13.175 pensionistas; a 9.254 ativos da Polícia Civil, 5.232 aposentados e 9.688 pensionistas; e a 4.329 agentes penitenciários da ativa, 1.328 aposentados e 1.238 pensionistas. O total de servidores reajustados é de 127.276, sendo 69.560 ativos, 32.023 aposentados e 25.693 pensionistas.
Um grupo de bombeiros fizeram, na manhã desta segunda-feira, uma manifestação numa das principais avenidas do Centro de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Os bombeiros seguem pela Avenida Marquês do Paraná, pedindo anistia para os 429 bombeiros e dois policiais militares denunciados na última sexta-feira.
Eles foram denunciados pelo Ministério Público pela invasão do Quartel Central da corporação e danos ao patrimônio. Os manifestantes pedem aumento de salário.
No domingo, os bombeiros fizeram uma passeata na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio.
CORREIO DO BRASIL

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